sexta-feira, março 12, 2010

Daimónico à solta


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Cantiga de escárnio e mal dizer com um pocochinho de humor negro sobre as batatas transgénicas, por Filomena, Isabel e Mané, que começou com o mote “Mortalhas de couratos e lombinhos de papelão”


Tais batatas, diz Bruxelas
São para dar aos suínos
E para fazer papel
Ora, o porco a gente come
E o papel também se fuma
Mas com tanta transgenia
Não demora muito tempo
A gente inverte a fasquia

Se o porco a gente come
Apesar da transgenia
Um dia há-de chegar
Em que o bicho grunhirá:
"Poupa-me, sou tua tia!"

Se o bichinho é minha tia
Não lhe vou passar a faca
Com prazer, isto faria
A uns certos filhos de vaca.

Misturados à manada
Não há sorte que nos valha.
Ainda que rejeitemos
Tais lombinhos guarnecidos
De couvinhas de Bruxelas,
Ninguém nos livrará - ó bichos -
De usar a mesma gamela!

quinta-feira, março 11, 2010

Violão esquecido

Mané:


Cláudio
eu não tenho o contacto do Filipe, por isso, peço a você que pergunte a ele se é dele um violão que desde aquela noite, está no Tejo. É que quando soube da desfeita que
o Sérgio fez, fechei a casa às pressas e alguém deixou a viola. Já perguntei a uma porção de gente. Só falta o Pedro Godinho e o Filipe.
Grato. Desculpe a maçada.


Re:Violão esquecido


Boas Mané,

Julgo que a viola não é dele, de qualquer das formas vou reencaminhar o e-mail para que ele te possa responder com mais certeza.

Disponha sempre. Um Abraço.


Re: Re:


Valeu.
problema é que a viola é boa pacas. se fosse noutro sítio já teria aparecido um monte de dono. Já pensou se quem perdeu teve um ataque de amnésia?! O Tejo vai estar bem servido.


Mané:


Amigo Pedro
alguém esqueceu um violão no tejo bar. Já procurei pacas e não apareceu o dono. E é tão bom que, se fosse noutro sítio já teria aparecido um monte de dono.


Re: Violão esquecido


Se se cala o violão, cala-se a vida

porque a vida, a vida é busca de harmonia,

consolo com som, com cordas e concordância

com amor, à meia-noite, até a noite virar dia

e o sono virar substância, e os fantasmas fantasia

que na fina companhia da morfina-melodia
pululam na nossa mente, ululam um canto demente

de máscara, de mescla, de mística, de morte

ou de musa, de tão infernal beleza,

tão triste filosofia...

ou alegre esquizofrenia...

Se se ausenta um violeiro, não se cala um violão...

...nem o som bendito de sua imortal canção ao infinito...


Mané:


Por essa resposta do Pedro Godinho, o violão é de todos.


Cláudio:


Caríssimo Mané,

Lembrei-me do seguinte: na sexta passada, antes do brilharete do nosso amigo Sérgio estava por lá um fadista que às tantas se sentiu indisposto, com dores numa perna e até foste tu quem o ajudou a sair. Talvez a viola seja dele, de qualquer das formas julgo que já tinha tido tempo de sentir falta dela. Se não tem dono é do Tejo, é do povo, é de todos.

Abraço


Mané:


Pelo lindo poema-resposta o violão é de todos. Ói ele aqui fazendo bonito.
http://www.youtube.com/user/tejobaralfama#p/u/3/l587qc_db1M

Mais sobre o Violão esquecido


O violão é PARA todos poderem tocar e disfrutar

no bar que é PARA a música se fazer e se escutar

quanto a propriedade, não sei se é próprio da idade

mas o que veio do esforço meu quero continuar a meu chamar...

que entre comunismo e bem comum

vai a diferença entre um por todos e todos por um...

e que o violão siga fazendo bonito,

quando o dono precisar ele dá um grito.


Mané:


Esse experto poema do Pedro Godinho é a resposta: É dele ou seja, é do povo.

Seu poema

Agora ilustrado.

Foto: Vitor Martinho


Re: Seu poema

Oi Mané!

Rapaz, eu não gostei de ver publicado por você algo

(dois algos) escritos por mim que em primeiro lugar não são nem pretenderam ser poemas, e em segundo lugar são respostas a mensagens suas que não aparecem, portanto estão descontextualizadas...

Pensei queixar-me à Alta Autoridade para a Comunic

ação Social, só que esta é muito alta e eu sou baixinho. Então pensei na Baixa Autoridade, mas poderia rolar baixaria. Por fim acho que achei a solução: uma de duas: ou bota o contexto ou tira o texto. Há uma outra, que é deixar tudo como tá, mas aí arrisco-me a problemas de interpretação e arrumar uma zanga com amigos comunistas (SIM!, ainda tenho...) ou pior, ser agraciado por extremosos elementos de extrema direita com elogios por alguma frase politicamente a

proveitável.

Em qualquer dos casos tanto a música como o violão

como o bar como o sujeito em questão podem ser acusados de anti-comunismo primário, o que não é verdade; meu anti-comunismo é perfeitamente secundário, e secundado por uma experiência de vida terceirizada... o próprio violão é o segundo, já que o primeiro emprestei a um cidadão e para conseguir reaver ou haver este, tive que levantar meu pé à altura da cabeça do dito cidadão (bom, é verdade que ele estava sentado) em pleno chiado no fim da tarde. Portanto se querem que o violão seja de todos vão ter de se organizar e ir TODOS ao chiado levantar o pé na cabeça do cidadão. Também aceito se for lá no tejo às quatro da manhã com o

cidadão tocando nesse violão e todo mundo botando o pé na c

abeça dele, e aí filmar e botar no blog. Afinal é graças a isso que o violão tá aí. O resto é música.

E se publicar esta, não faça festa, porque entra em

fria,

e desta vez, cuidado com o cidadão...dá asia...

...e ainda...

...tou avisando...ele tem uma turma legal...


um abraço cidadónico...



Já tá! Diria o cidadão

Caro Pedro
Já tirei os versitos-amigos
e proponho ajeitarmos essa conversa que vai em anexo para publicarmos.
Diz qualquer coisa.


Re:Já tá! Diria o cidadão

Por mim, desde que vá a versão integral, tá valendo. Só não sei o que o cidadão pode achar. Mas o que está lá é rigorosamente verdade. Se o violão não se incomodar de sair na fotografia... Agora, NA VERDADE, o violão que eu esqueci foi o outro...afinal havia outro... o que já estava no tejo e eu ia trazer pra trocar cordas, por isso levei aquele...os dois são de minha propriedade e até hoje ainda não apareceu ninguém (tirando o cidadão) exigindo estatização...e o tejo não tem proclamado direito de saque...que sigam fazendo bonito, como as canções do Tozé Brito...e eu vou trocando cordas, que disso sim! é que o tejo precisa com urgência e com frequência...